O mapa
Este mapa reúne informação sobre 601 crianças e adolescentes vítimas da violência armada na região metropolitana do Rio de Janeiro. É possível acessar indicadores como faixa etária, gênero, localidade em que foram atingidos, circunstâncias em que foram baleadas, como, por exemplo, ações ou operações policiais. As informações apresentadas consideram as crianças e adolescentes baleadas entre julho de 2016 e 08 de julho de 2023.
O mapa foi desenvolvido a partir de dados sistematizados pelo Instituto Fogo Cruzado, organização dedicada ao mapeamento da violência armada em quase 50 cidades brasileiras.
Glossário:
- Tiroteio: disparos sucessivos, troca de tiros.
- Crianças: pessoas com idade inferior a 12 anos (Unicef e Estatuto da Criança e do Adolescente).
- Adolescentes: pessoas com idades entre 12 e 17 anos (Unicef e Estatuto da Criança e do Adolescente).
- Vítima de bala perdida: a pessoa que não tinha nenhuma ligação, participação ou influência sobre o evento no qual houve disparo de arma de fogo, sendo, no entanto, atingida por projétil (ISP).
- Chacinas: eventos onde há 3 ou mais mortos civis em uma mesma situação – mesmo que o motivo dos disparos seja outro, como: assalto, ataque, operação etc. (SSP de SP).
O Fogo Cruzado
O Instituto Fogo Cruzado criou, em 2016, uma metodologia inédita para o registro colaborativo e sistemático de episódios de violência armada e suas consequências. Esta metodologia se consolidou e atualmente a organização atua nas cidades das regiões metropolitanas do Recife, Rio de Janeiro e Salvador. Essa iniciativa desponta no cenário brasileiro pelo seu pioneirismo na combinação de duas estratégias bem-sucedidas:
Promoção de autonomia da sociedade no registro da violência armada (em suas diversas circunstâncias); Curadoria, análise e divulgação responsável das informações, com mecanismos de checagem adequados que garantem confiabilidade aos dados.
A rotina do serviço prestado é baseada no tripé: coleta de dados sobre tiroteios, sistematização das informações em base de dados própria e disseminação do conhecimento produzido. Para isso, o instituto disponibiliza um aplicativo gratuito, site, API e mantém forte presença nas redes sociais.
Cada região metropolitana onde o Fogo Cruzado atua conta com uma equipe responsável por monitorar, diariamente, casos de tiroteios através das nossas fontes e checar cuidadosamente estas informações. As informações são coletadas:
- a) via usuários - através do aplicativo e redes sociais;
- b) via imprensa
- c) via informações públicas dos órgãos de segurança.
Uma vez notificado sobre um tiroteio, o analista do Fogo Cruzado checa a veracidade da informação, segundo os critérios pré-estabelecidos na metodologia, antes de cadastrá-la no banco de dados. Nessa etapa, os analistas buscam analisar uma série de características dos episódios de violência armada, bem como avaliam marcadores geográficos e temporais para evitar duplicações.
Os dados sistematizados na base de dados sobre violência armada exclusiva do Fogo Cruzado são disponibilizados para a população em múltiplos formatos:
- I. Em sua forma bruta através da API e da ferramenta de pesquisa da mesma.
- II. Em forma de estatísticas por ferramenta própria no site.
- III. Em forma de indicadores de tendências em tempo real através de postagens em nossas redes sociais.
- IV. Em forma de levantamentos temáticos através da seção de notícias do nosso site.
- V. Em forma de levantamentos acumulados de períodos em nossos relatórios mensais, semestrais e anuais.
- VI. E, finalmente, por e-mail sob demanda de jornalistas, organizações da sociedade civil, gestores públicos ou qualquer cidadão interessado.